domingo, 26 de setembro de 2010

Sobre a Eternidade

[imagem: Duene Michals]
    

    
para Alfredo Labriola
    

    No momento exato em que meu ser se expande,o lugar em que me encontro torná-se pequeno, insuficiente para o meu apse.
    O corpo, que até então me serviu, agora torná-se inútil, pois a minha percepção estende-se até muito além do que os olhos podem ver. Transpassa a qualquer superfície que possa chamar de sólida para penetrar na luz, na qual me misturo para fazer parte da composição pungente de um novo ser.
Transcendo meu corpo para me dissolver em todo os outros: decorrências do meu existir, agora, em minha morte, decorrências do meu ser.
    Sob a terra devolvo meu corpo para que não morra.

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