Ele gritava (em vão)
por silêncio para ser ouvido.
Não há cordas que não arrebentem
e antes disso NÓS
por onde nem cantos
nem suspiros podiam passar.
Agora, com as cordas arrebentadas
a vela balança frouxa
feito chama ou bandeira sem país.
O vento lambe o pano
sem sentido
sem sentido
barco quase não se move mais
segue a esmo
"pra onde vamos?"
ninguém responde.
Temo por ser passageiro
o timoneiro está bêbado
"tem alguém aí?"
a cabeça se sustenta no corpo assim como a vela
"com qual de nós está falando?"
"cadê o outro?"
"caiu no rio, que rolou pro mar, nas águas que bebi.
Agora não consigo mais tirá-lo de dentro de mim"
Agora não consigo mais tirá-lo de dentro de mim"
A garrafa estilhaçada entrou e saiu certeira
as víceras também
Ele gritava, mas só eu o ouvi
"Saia! Saia de dentro de mim!"
Sai gritando por socorro
mas gritavam mais alto
estavam todos loucos.
Subi até a vela
e implorei ao vento que me levasse para longe dali,
mas creio que foram os tubarões que ouviram meu pedido.
"sem elos somos só lemes"
ResponderExcluirtinha certeza que vc usaria um Turner...
ResponderExcluirtinha que ser
ResponderExcluirrs