Envolta em folhas de bambu
a gratidão silenciosa.
Sozinho meu corpo
mas eu nunca.
Onde na trama do tempo
costuramos nossos laços?
Alguns franzem a testa e praguejam
em ouvir meu nome.
Quem sou eu?
Trago um segredo desvelado.
Me pedem que cure suas chagas
enquanto pelas costas amaldiçoam-me.
Por que negaria?
Vim para sussurrar para todos
o segredo que ecoa em seus corpos,
que perduram no tempo eterno.
Sua natureza é eterna.
Imutável.
Do segredo
somos todos portadores.
Como então não seríamos o mesmo?
"eu sou o único"
Por fim, nós.
Três milhões.
Três mil mundos.
Único momento de vida.
Estou em todos os lugares,
mas me vêem
como um cego vê-se no espelho.
Descrevemos de formar diferentes,
mas estamos no mesmo lugar.
O que muda então?
A mente daquele que olha.
O lugar é o mesmo:
o bosque das árvores salgadas.
Tente me enxergar.
Tire a venda dos olhos
e me diga o que vê:
ouro, lebre ou cadáver?
Me perguntam se podem beijar meus pés
não poderia eu beijar os seus?
Aquele que morre e o imortal são os mesmos.
Segredo pulsa igualmente em todos nós,
basta saber ouvir.
Muito lindo Tarcila, principalmente o final... me bateu no fundo do peito.
ResponderExcluirbeijos e muitas saudades!