Estou na penumbra arrumando o quarto.
Uma bagunça.
Na penumbra as coisas parecem mais cinzas e empoeiradas.
O ar parece mais denso e inrespirável.
Vejo em uma mochila uma mão,
fina emaranhada em um cabelo loiro e liso.
Ponho em minhas costas a mochila, logo o cadáver.
Pego metro e a minhas costas doem e encurvam com o peso.
Ainda tenho
O metro tem luz de hospital e as pessoas me estranham.
Na rua é madrugada e o tempo é longo e frio.
Ando muito e minhas costas doem.
Entro no galpão vazio e escuro
e penduro a mala no vestiário.
Não há mais peso, nem culpa.
"O cadáver é dele e ele é quem tem que resolve-lo."
Quantas mochilas
ResponderExcluircheias de pedras e pudores
não nos arrastam ao fundo do rio?
A correnteza é lenta
e tenta,
mas não consegue.
A pedra é sempre mais dura.
E a vida?
Mais pesada ainda...
Es tú, Tarsila?
ResponderExcluirDepende.
ResponderExcluirDe noite sou Waldão.
de dia...
ResponderExcluira montanha esconde a magia!