sábado, 16 de julho de 2011

Marina Cansada de Esperar



Ah, seu barco, seu casco,
que águas tocam?
Que ventos sopram 
em seus cabelos de sal?
Percorre águas distantes,
abundantes demais,
ou atraca-se em algum cais?

Deixou-se iludir
pelo brilho do cobre,
pelo ouro do sol,
que é fogo falso e nada mais.

E agora,
que direção sua bússola aponta?
onde vai encontrar seu perdão?

Volta.
Mesmo que com cheiro de mar,
com areia no fundo dos bolsos
e um sorriso estranho na cara.
Esqueça toda essa imensidão;
Venha se acolher em meus braços,
cansados, terrenos, brutais.
Se deixe afogar em meu vazio
peito petrificado e milenar
porto
seguro jamais.