sábado, 21 de fevereiro de 2009

Palavras em vão não

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

Me dói ter que forçar que palavras saiam de mim. Elas costumam me implorar para sair, mas agora se agarram para ficar. Escritas assim, sem ter porque, sem ter a quem, elas não significam nada, mas ao mesmo tempo me expõem por completa, deixando-me nua frente a olhos brutos, que vão julgar meu corpo por suas formas.
A subjetividade das minhas palavras é tanta que não há como não me por nelas, me expondo - coisa que dói - pois são partes de mim. Vou sempre optar por deixá-las livres para saírem quando quiserem, quando precisarem, quando transbordarem. Às vezes elas usam lágrimas como veículo, às vezes as mãos, às vezes as duas. Mas quando as palavras saem à força, a lagrima deixa de ser veículo e se torna conseqüência, mas não são mais macias e molhadas, são ásperas e ardem, assim como as palavras.
Não em force a soltar palavras que não querem sair. São elas o que tenho de mais meu e expô-las a qualquer um além de perderem a força, machucam.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Reunión Bajo las Nuevas Banderas.
(Incompleto)
Pablo Neruda.

Quién ha mentido? El pie de la Azucena
roto, insondable, oscurecido, todo
lleno de herida y resplandor oscuro!
Todo, la norma de ola ne ola en ola,
el impreciso túmulo de ámbar
y las ásperas gotas de la espiga!
Fundé mi pecho en esto, escuché toda
la sal funesta: de noche
fui plantar mis raíces:
averigué lo amargo de la tierra:
todo se fue para mí noche o relámpago:
cera secreta cupi en mi cabeza
y derramó cenizas en mis huellas.

Y para quién busqué este pulso frío
sino para una muerte?
Y qué instrumento perdi en las tinieblas
desamparadas, dono nadie me oye?
No,
Ya era tiempo, huíd
sombras de sangra,
hielos de estrella, retroceded al paso de los pasos humanos
y alejad de mis peies la negra sombra!

Yo de los hombres tengo la misma mano herida,
yo sostengo la misma copa roja
e igual asombro enfurecido:
Un día...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Lótus - II

E no escuro do silêncio dos corpos nasceu uma flor. Tão quentes, tão juntos.
A decepção foi pretexto para se tornarem o mesmo: mesmo silêncio, mesmo escuro, mesmo corpo, que havia sido plantado há anos, mas foi só no momento de dor que brotou.
Os corpos iam se entrelaçando e fazendo brotar uma flor, o corpo. Com o calor derretiam e alimentavam a lama e a lama alimentava a flor.