terça-feira, 23 de agosto de 2011

Horizonte




"Vai, a onde vem"
soprar teu nome
Que é formado de ventos
suaves de melancolia blue.
Compõe também
o ar  dos meus e teus olhos.
Te fitando como quem fita o mar,
o horizonte inexistente,
presente diante de mim.
Como sempre, como se já ausente.
Me esforço,
mas não consigo aceitar sua existência.
De tão perfeito, irreal.
Nossa distância e separação,
por uma linha fictícia entre azuis,
acredito nisso tudo:
em toda nossa fantasia
e brincadeira de irmãos.
pois não há ninguém para dizê-la irreal.
Seguimos lado a lado,
rumo a linha distante do mar,
pensando nunca termos nos visto antes.



domingo, 14 de agosto de 2011

Domingo-feira



Onde está agora?

    Lembro das feiras de domingo, com muita luz do sol e logo cores; das frutas, verduras, saias, cabelos soltos e bonitos de propósito. Tudo em desfile, tudo a mostra. Banana, melão, pernas e violão.
    No amarelar da tarde entrar e desejar nunca mais sair da água.
    Um pouco antes  do escurecer, uma cerveja no bar - ou duas e três ... - para começar a finalização do dia e da semana. Como as semanas passam rápido! E logo o mês, um, dois, três. Um ano e nada mudou ao mesmo tempo que tudo está diferente. Tento agarrar com força o presente - você - mas como areia, escorre entre meus dedos. E quando abro a mão, apenas alguns grãos - lembranças distantes do mar.
    Mas aqui, agora, em minha cama, meu quarto, nem feira, nem mar. Nem você, nem ninguém, pois São Paulo não existe -ninguém- existe. É assim o presente - o tempo - em um piscar de olhos estarei em outro lugar, em outra cama, boiando ou afundando na água, com você ou talvez outra pessoa. Tudo difente e tão igual. Pois tanto a luz quanto o tempo são eternamente sempre tão efêmeros.

Em que lugar do tempo você está agora?