segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Confissão do Equilibrista



Na corda bamba 
espero pela queda.
Mas o Agora
é o que existe.
Maturo a possibilidade
de ir ao céu
ou ao chão.

E continuo a me equilibrar.
Não estão, o céu e o mar, unidos?

Talvez o tempo passe,
a vontade cesse
e a travessia se complete.

Por que a espera?

Falta coragem
de arriscar não estar
no fio incerto da corda bamba.

Será que o céu me deseja,
ou irei ao chão?
Então o medo de cair
e matar a chance de voar.

Mas não será o equilíbrio
a própria morte?






P.S.Sem lirismo.:
O desejo existe, mas esperamos pelo momento propício.
Não será o próprio desejo quem dita a hora certa?
A dúvida paralisa, mas tenho que agir.
Não podemos jurar o amanhã.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pássaros Silenciosos


Havia pássaros
e por mais que a terra
em torno de si e do sol
não cessasse seu mover contínuo
eles não mais cantavam.

Todos  os pássaros, 
como se em greve,
pararam de assoprar 
cantigas no ar.

Não só pararam seus cantos,
como também suas penas
não mais golpeavam o céu.

O silêncio imperava
sem motivo algum.

Talvez não haja relação,
mas por pensar estar surdo
alguém perdeu a razão de viver.