domingo, 8 de fevereiro de 2009

Lótus - II

E no escuro do silêncio dos corpos nasceu uma flor. Tão quentes, tão juntos.
A decepção foi pretexto para se tornarem o mesmo: mesmo silêncio, mesmo escuro, mesmo corpo, que havia sido plantado há anos, mas foi só no momento de dor que brotou.
Os corpos iam se entrelaçando e fazendo brotar uma flor, o corpo. Com o calor derretiam e alimentavam a lama e a lama alimentava a flor.

3 comentários:

  1. Lótus I e II despertaram mais que uma lembrança:

    a bala de hortelã agita a língua
    na lembrança de teus olhos
    escondidos atrás de teus sonhos matutinos
    o pau amanhecido de batom
    descansa longe da vulva
    que, titubiante frente à glande,
    pariu uma barata imensa
    que guardas esmagada entre as coxas

    meu peito todo cortado
    - ragos de teus seios afiados -
    sorri,
    rochedo estéreo.
    teu sono desperta o sino
    e num badalo etéreo
    sumo pelo vão fino
    teu vão de perna
    gênese e apocalipse
    prisão eterna

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  2. Doce criatura que perscrutas da dor infinda o saber. Uma Lótus, da humana flora, e poderia ser qualquer nome das que as palavras compõem.
    Algo exalas do pensar contínuo do teu ser,indefinível ainda.Calo-me na expectativa de um aroma novo, promessa de vida a todos os sentidos do homem.
    Filha da lama, muitos olhares se dirigem a quem se dispõem ao encanto, a quem nasceu para encantar

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  3. eu conheço esse poema (anônimo 1). Ainda vou me lembrar de onde

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