terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ficou, e há de estar, somente essa carta que me deixaram antes de raiar.
Ficou assim dobrada, amassada, jogada de canto para não se enxergar,
mas vi e dai que começou tanto desenrolar que hoje caminha junto ao respirar.

É carta marrom e antiga, as palavras tanto fazem, ler é pra quem pensa
Pensar é pra quem tem mente, eu só tenho o que sinto, sensações.
Tem cheiro forte, mistura de café com tempo
Tem jeito de árvore, peso de vento e formato lento.
Daquelas de saborear cada linha, mesmo no não entender,
Jeito afinal de vida, pois ela,
carta esquecida,
que me acordou e fez raiar a vida que aqui jazia.

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