domingo, 31 de maio de 2009

Entres.

Queimados laços
Pendurados a deriva numa entre-aberta janela
Entre duas pernas, tuas pernas queimadas ao sol,
Na sombra dos derrapados panos, dançando.
Não me largue até o dia raiar de verdade.

Sombras passageiras,
Entrelaçadas, como eu em ti
Entre luz e passagem negra.
Entre nós e paisagem escura.
Deitamos desacreditados, nossos olhos já beiram o passado.

Corpos suados;
Fim de tarde tão esperado.
Brisa do Ártico que passa
Vento seco do Sahara.

Queima o peito do medo,
Deste que acompanha entre abraços
Nos apertos, nos soluços e nas algumas tantas lágrimas.

Não te largues de suas pernas até o raiar do dia.
Só não deixes que eu me apague dos reflexos de seus olhos.
Somente não me desleixe, me jogue, me trespasse
Com esse teu esquecimento.

Me guarde, todos os dias dos outros lados,
Nos internos
De teus nunca imaginados olhos.
Me guarde onde nem de ti possa eu esquecer E nem de mim tu possas se esconder.

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