sexta-feira, 17 de setembro de 2010

para que transbordem ou se afoguem

As palavras não mais me transbordam.
não preenchem todo o meu corpo até que vazem
pelos olhos, ouvidos, boca,
ou qualquer outro buraco por onde se possa escapar.
permanecem contidas, porém inquietas dentro de mim.
não se cansam de revirar
me deixem em paz!
na minha barriga, subindo e descendo a garganta.

enfio meu dedo goela a baixo
saiam!
engasgo, cuspo e tremo
para que as palavras se aquietem ou se afoguem
privada a baixo.
as vejo rodando no meio da água
limpo minha boca
finalmente poderei dormir.

Um comentário:

  1. vishhh...

    ânsia em estado puro
    pegou-as pelo rabo
    e de(le)itou(-se)-as
    na(s) te(c)la(s)

    amo

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