Bom dia.
Bom dia, lá fora não neva.
Café quente e cremoso na mesa,
um murmuro leve sob o teto.
Pessoas pra cá, pessoas pra lá.

Os quereres se confundem com negócios e pães
os homens riem ali ao lado, do outro um jovem solitário
brinda seu silêncio.
Uma moça passa e me pergunta a mesma pergunta,
eu respondo com a mesma resposta.
o trazer vem com rapidez e dele brota mais creme quente,
"Um pão também, por favor!"

Passa um, passa dois, passa mais um carro
Não neva mas faz frio, consegue-se ver nos rostos dos andarilhos.
Quente e confortável em meio a sussuros penetrantes.
Na prateleira brindam cigarros de últimas marcas e cores,
do lado algumas bebidas antigas e já aposentadas,
sua coloração me lembra algo, mas não lembro o que.

" Mais um café por favor!"
Brinca meus ecos entre paredes sem veludo
Dança sobre uma música eterna e infeliz, um bando de casais desconhecidos
sorriem crianças que não sabem o destino dos outros.
Vivem animais, camundongos, gatos, cães, insetos, humanos
Todos juntos, tão separados e distantes,
Pedindo mais um café.