segunda-feira, 13 de agosto de 2007

I

O torto nem era tão profundo assim.
Os olhos do menino que viam loucamente a tontura na vista.
Na verdade, reta mais exata que essa nunca veio a existir
E o menino nunca mais viu outra.

O sol refletia ligeiramente,
A pele era mais branca que parda
Mas não albina,
Branca.

A ilusão era permanente em sua vida,
A loucura nem tanto.
Se levantou de canto
E gritou aos Céus
Chamou as nuvens de mentirosas
Voltando sempre a olhar a árvore manifestada em sua frente.

Dura
Seca
Negra.

Era a sabedoria dos anos incorporada e enraizada na terra.
O garoto avançou, sacudiu
As pernas bambas vacilaram.

Tão longe
Tão perto.
Quinze passos longos no gramado.

O toque áspero lhe revelou a história das gerações
O olhar lhe mostrou a sabedoria dos povos
E o gosto não revelou nada.
A Árvore,
Muda
Estática
Negra.

O Nervosismo mexeu sua boca
A bocanhura cresceu, encheu
da casca madura

Num simples instante, o incessante alegrar,
O choro
A risada
O calafrio
A ânsia
Do mundo inteiro desceu à seu estômago.

O garoto desistiu de levantar, deixou o êxtase
lhe levar ao gramado, e o mundo girar em suas entranhas.

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